segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Estrada - pt. 4

Não tinha nada naquela parada. Fiquei quilômetros sem sinal nenhum. O modem 3g que veio com o notebook não tem sinal algum também.
Nada, nem um sinal de movimento, pois falar sinal de vida hoje em dia é relativo.
Vários carros parados, muitos com o motorista morto ao volante ainda. Parece que outros sobreviventes já passaram por aqui e pegaram a gasolina, não tenho nada e não me atrevo a pegar nenhum desses carros para mim também, além do cheiro forte de podre, não sei se terá "surpresas" enquanto mudo as coisas de lugar.
Por algum milagre consegui um sinal WiFi aqui na estrada, devo estar perto de alguma casa com sinal, mesmo aqui no meio do mato mas não vou me arriscar.
Pela minha experiência, é melhor saber se tem alguém vivo em uma casa quando se escuta tiros, caso contrário... nem me preocupo. Está quente, não tem nuvens no céu e o Sol está brilhando como nunca havia notado. Isso vai fazer com que os zumbis estejam mais lerdos agora, posso dormir um pouco. Dirigir de noite pode parecer perigoso mas não preciso me preocupar em usar farol alto e não vou correr mesmo, apenas me manter em movimento para não bater nos outros carros parados que estranhamente não tenho vistos muitos na estrada e sim no acostamento.
Quero chegar logo na Rod. Anhangüera, talvez eu encontre mais pessoas ou um carro melhor para seguir viagem.
Antes de dormir um pouco vou armar meu "alarme", consiste em 4 cones com uma linha presa nas pontas cheio de latas vazias penduradas em volta do carro.
Qualquer movimento perto disso faz um barulho muito alto e chato de latas batendo. Isso funciona, vai por mim, evitou um ataque surpresa ao carro.
Carro cercado pelas latas, arma engatilhada e chave na ignição. Dormir por algumas horas até começar anoitecer, essa noite não vai ser tão fria mas ainda assim é mais fresco e eles ficam mais ativos e é melhor não ficar parado nessas horas.
Espero que os outros estejam bem em Brasília, Minas e Bolívia.